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  • Cefas Alves Meira

ARTIGO - Adriana Machado e o mundo pós IA                        

                                                       




Fizemos, no fim de janeiro passado, a 254ª edição do Grupo Tom de Estudos. Sim, já foram duzentos e cinquenta e quatro edições de uma iniciativa que começou nos primeiros anos da agência. Era uma ideia simples e sem grandes pretensões: um de nós estuda um determinado assunto – livro, autor ou tema – e compartilha com os demais. Nasceu no departamento de Planejamento, mas ainda nas primeiras edições foi aberto aos demais profissionais da agência, dos clientes e, atendendo a pedidos, para estudantes e profissionais do mercado.

 

Nessa última edição, chamamos o Adriano Taveira, CEO da Kace.AI e consultor de tecnologias de inteligência artificial e fizemos um formato mais mão na massa que as edições tradicionais e também mais fechado: só com profissionais da agência.

 

Por termos feito encontro restrito e de natureza mais prática, acabamos por nem divulgar sua realização por aqui. Mas se o evento passou, as minhocas colocadas nas nossas cabeças, não.

 

No meu caso, duas coisas da semana passada me provocaram particularmente: a última edição da newsletter do Scott Galloway (https://www.profgalloway.com/corporate-ozempic/) em que ele compara a IA com Ozempic: um recurso que todo mundo está usando, mas ninguém está assumindo (e que está resultando em perda de peso, no primeiro caso, e redução da necessidade de mão-de-obra, melhorando a lucratividade das grandes empresas, no segundo).

Além da analogia, o texto sugere que uma geração de novas empresas poderá surgir em condições de brigar com as grandes corporações, com serviços e produtos turbinados pela inteligência artificial. Ele termina o texto assim: “Mas a IA acabará por criar empregos, pois haverá novas frentes de ataque contra os gigantes corporativos.

Atualmente, a IA é uma terapia hormonal para empresas maduras que procuram se sentir jovens novamente. Em breve, porém, uma nova geração de empresas criadas sob a influência do leite materno da IA criará um exército de supersoldados prontos para atacar exércitos maiores que ainda lutam a cavalo.”

 

Sinceramente, já vi promessas demais de tecnologias inovadoras que iriam transformar as nossas vidas em experiências mais equilibradas entre trabalho e lazer, nossas redes sociais em ágoras onde as discussões aconteceriam de maneira equilibrada e democrática para acreditar que o desenvolvimento da Inteligência Artificial irá melhorar nossas vidas antes de piorá-las significativamente. Mas a ideia de que pode vir a ter um saldo positivo em algum momento me conforta.

 

A outra coisa a morar na minha cabeça sem pagar aluguel foi o furacão Reesa Teesa que tomou o TikTok de assalto. Se esse assunto ainda não pintou na sua For You, resumo: uma mulher até então anônima, residente em Atlanta, Georgia, resolveu contar a história de seu casamento e posterior divórcio com um mitômano. Um sujeito que mentiu metódica e deliberadamente sobre praticamente tudo o que disse ao longo do relacionamento. Até aqui, seria uma história como as muitas que já lemos no Reddit ou ouvimos no (maravilhoso) Não Inviabilize.

Só que Reesa Teesa contou essa história em 50 vídeos de 10 minutos cada no TikTok. Mais de oito horas de conteúdo, publicados ao longo de uma semana, por uma ilustre desconhecida. De uma hora para outra a série viralizou. Até aqui, os vídeos da séria já tiveram mais de 300 milhões de visualizações e a autora ganhou mais de 3 milhões de seguidores, além de ter virado conteúdo de outros tiktokers.

 

E o que IA tem a ver com isso? Absolutamente nada. E essa é a notícia mais impressionante. Um dos maiores fenômenos do conteúdo online viralizado dos últimos dias é praticamente uma Sherazade contemporânea. Uma contadora de histórias. Uma contadora incrível de uma história excepcional. Fez isso olhando para um celular e com nenhum recurso cênico e iluminação precária (acho que nem filtro usou), e praticamente hipnotizou milhões de pessoas online por mais de 8 horas. Parafraseando o Filipe Grimaldi, #ChoraOupeneiai

 

                    (*) Adriana Machado é presidente e Diretora de Inspiração da Tom Comunicação

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