A ação do homem sobre a terra, a violar todas as leis da natureza, tem seu preço e a cobrança está chegando em todas as partes do mundo. Terremotos ali, maremotos acolá, tornados além, furacões mais adiante, incêndios gerais, enchentes no Afeganistão e, para não isentar nosso país, tão pecador quanto os outros, desastre trágico com as chuvas no Rio Grande do Sul. Desde o início de nossa era industrial, há quase dois séculos, temos tirado tudo, e mais alguma coisa, da grande mãe natureza, sem nos preocupar com os nefastos resultados. Extração mineral, devastação de florestas ou matas, poluição com toneladas de fumaça e agentes químicos jogados no ar, expelidos pelas indústrias, num festival e competição de quem é mais capaz de agredir o planeta. Morte dos rios e poluição dos oceanos, aquecimento global além de outros males menores, porém tão poderosos que somados dão a perfeita definição do fim.
Afinal, decidimos que país desenvolvido é país industrializado, não importando a forma nem as consequências de tal decisão. Nosso maior valor, no mundo das realizações individuais, é medido pela posse e o sucesso daqueles que mais têm coisas. A escala de valores mudou, no lugar de honra, dignidade, espiritualidade e ética, agora vale mais a aparência, o vil metal, futilidades e poses. A natureza responde da forma possível, manda o boleto já vencido a ser pago ontem.
Enumerar desastres naturais é desnecessário, diante do quadro avassalador já mostrado pela grande media. De novo vamos voltar ao tema educação e conhecimento, únicos valores que poderão salvar nossa espécie na face da terra. Não importa as NASAS da vida procurarem outros planetas habitáveis, para possíveis mudanças da espécie humana para alhures. A fuga é a pior solução e jamais atingirá a todos. Melhor seria se contentássemos com o que temos e fizéssemos dele um lugar agradável, para nosso próprio conforto.
A tecnologia aeroespacial pode nos trazer algumas soluções para velhos problemas, como comunicação e conhecimento do universo, da imensidão do cosmo, das barreiras infinitas até onde chega nossos parcos estudos. Os dinossauros deveriam ser nossos exemplos, extintos na poeira da história da terra, num piscar de olhos. Porém insistimos nas verdades que criamos que nunca serão as mesmas verdades da natureza. Rompemos paradigmas milenares e é natural, de natureza, que paguemos o justo preço.
Estudiosos e analistas geológicos, uma ciência nova diante dos milênios da existência, é a mais variada das ciências naturais. Estuda a terra como um todo, sua origem e composição, estrutura e história, bem como suas particularidades, composição e suas camadas, assim como os processos que deram origem ao seu estado atual, que governam as transformações no presente. A conclusão destes profissionais é que estamos no limiar da catástrofe para a espécie humana, muito próximos do limite para a vida. Neste ritmo, e mais poucos séculos, chegaremos ao que temos buscado insistentemente, o nosso fim. Deus nos livre e guarde.
(*) Nestor Oliveira é jornalista
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