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O jornalista e comentarista esportivo Bob Faria deixou a TV Globo nesta quarta-feira, após 18 anos de trabalho na emissora. Ele não cobrirá a última rodada do Brasileirão, e será substituído por Henrique Fernandes, que já atua no SporTV e na Globo também como comentarista.
A cúpula da emissora estaria adotando no jornalismo esportivo, como já vem ocorrendo no segmento de telenovelas, um enxugamento nos quadros, com a substituição dos chamados “veteranos” por profissionais mais novos, ganhando salários menores. No ano passado, já nesse movimento de “renovação”, a Globo dispensou o ex-árbitro Márcio Rezende de Freitas, contratando Janeth Arcanjo como comentarista de arbitragem.
Publicitário
O comentarista Robert Faria, o Bob Faria, além de jornalista atuou também na propaganda. Filho de Osvaldo Faria, um dos papas do comentário esportivo no rádio mineiro, lenda do jornalismo esportivo da Rádio Itatiaia. Bob foi sócio do pai na agência Osfaria Publicidade, que funcionava no alto da av. Raja Gabaglia, em BH. O falecimento de Osvaldo Faria aos 69 anos, em 2.000 - passou mal durante férias em Paris, foi submetido a uma série de cirurgias, não resistindo - levou ao fechamento da empresa.
Bob Faria confirmou hoje ao site Notícias da TV, focado em conteúdo televisivo, sua demissão da TV Globo: "Sim, de fato estou deixando a emissora. Foram 18 anos muito bons, mas alguns ciclos precisam ser cumpridos. Saio guardando os melhores sentimentos sobre a empresa e amigos que fiz e com quem tive a honra de trabalhar. Foi uma jornada irretocável. Agora há novos horizontes", afirmou.
Mineiro de BH
Natural de Belo Horizonte, Bob Faria formou-se em jornalismo pelo Centro Universitário Newton Paiva. Além de jornalista e publicitário, é também músico e cineasta.
Robert Faria começou sua carreira de comunicador em 1993, na rádio Itatiaia, como repórter e apresentador de programas esportivos. Ainda no mesmo ano, foi repórter do programa Manchete Esportiva, da Rede Manchete Minas, e escreveu o roteiro de seu primeiro curta-metragem: Allegro Ma Non Troppo. Em 1995, um novo roteiro: Deus e o Diabo na Terra e no Céu, que contou com a participação dos atores Rogério Cardoso e Deise Belico.
Ainda em 1993, Bob passou a redigir, produzir e ancorar os programas Rádio Esportes, Turma do Bate Bola, Tiro de Meta, Apito Final e Bola Premiada, transmitidos também pela Itatiaia.
Integrou-se aos quadros da TV Bandeirantes em 1996, como comentarista do programa Minas Esporte. Faturou em 1998 a medalha de bronze do Prêmio Colunistas Centro-Leste, na categoria Varejo de Pequeno e Médio Porte, com o comercial Pizza Attack. Repetiria o feito no ano seguinte, mas na área de mídia impressa, com o anúncio Vodka Banhaus, na categoria Bebidas Alcoólicas.
Em 1998 Bob Faria foi trabalhar no jornal O Tempo, escrevendo a coluna Coragem para dizer a verdade, que levava o mesmo nome do comentário diário de |Osvaldo Faria na Itatiaia.
Em 2000, ano da morte do pai, ele foi contratado pela Rede Super MG para ser apresentador, produtor e diretor do programa Futebol Super. Passou a ser somente comentarista nos programas Jornal das 10 e Futebol Super, em 2001. Nesse ano, foi ocupar a cadeira titular de comentarista nacional do Sistema Globo de Rádio.
Bob retornou à televisão em 2004, contratado pela Globo Minas e pelo Sportv. Passou a também apresentar o Arena SporTV em 2007 e, a partir de 2011, o Globo Esporte Minas, tendo nos últimos anos participado em coberturas nacionais, como comentarista, de todas as partidas onde havia clubes mineiros.
Bob Faria aventurou-se também na literatura. É autor do livro Grito de Gol (Leitura, 2011), sobre locutores de futebol da tevê brasileira, “profissionais que, com seu talento único, ajudam a eternizar momentos que em campo duram apenas uma fração de segundo, mas que em suas descrições ganham a eternidade e nossos corações”, como ele próprio definiu a atividade.