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  • Foto do escritorCefas Alves Meira

“O abandono tem cura”. Campanha da Filadélfia desnuda realidade do câncer



Um dado assustador: 70% dos homens abandonam mulheres em tratamento contra o câncer

Um número para a gente pensar: 70% dos homens abandonam mulheres em tratamento contra o câncer. Começar esta matéria assim faz parte do caráter social da campanha criada pela Filadélfia Comunicação para as Pérolas de Minas, associação que apoia mulheres em tratamento contra o câncer de mama.


Lançada em no último dia 12, Dia dos Namorados, a campanha, trabalha o conceito “O abandono tem cura”, a campanha é composta por filmes de 60 e 30 segundos, além de posts e material impresso. As peças desnudam uma realidade de que 7 em cada 10 relacionamentos que encontram o câncer pelo caminho, a mulher luta pela cura enquanto o parceiro é quem se vai.


Pérolas de Minas

Agora estas mulheres não estão mais sozinhas. Além das Pérolas de Minas e da Filadélfia, a Noir Filmes, o fotógrafo Pedro Gravatá e o Estúdio 33, com suas respectivas equipes, também abraçaram a causa e fizeram a ideia sair do papel de forma 100% voluntária. Mas a campanha precisava chegar ao máximo de pessoas e é entraram também a Band Minas, a Rede 98, o Portal BHAZ, a Urbana Mídia, e tanta gente que, de forma orgânica e visceral, deram voz e vez a essas pessoas.

A mensagem que fica é que inverter as expectativas e ser um anticlímax do Dia Dos Namorados pode incomodar, mas não tanto quanto nos incomoda o dado que gerou esta campanha.


Emoção

Malu Oliveira, presidente voluntária da Associação Pérolas de Minas, comentou da seguinte forma o convite que recebeu para falar sobre a campanha “O abandono tem cura”:


Ao ler sobre a pesquisa que 70% das mulheres são abandonadas por seus parceiros, pensei comigo: não tenho coragem de falar de amor no Dia dos Namorados. Estava decidida, como associação de apoio à mulheres em tratamento do câncer de mama, a não abordar o tema neste ano.


Ao receber o contato do Tiago, não acreditei que nossas ideias tinham o mesmo propósito. Foi emocionante do início ao fim. A equipe não poderia ser outra. Todos engajados e emocionados, afinal, todos tinham uma história com o câncer.

Fica aqui minha gratidão pelo empenho de todos, em especial ao Tiago, por nos proporcionar uma campanha real e de impacto.


Choque

Tiago Fernandes , diretor de Criação da Filadélfia, analisa a ação da seguinte forma:


Quando chegou até mim esse número, que 70% das mulheres em tratamento contra o câncer são abandonadas, foi um choque. Posso parecer distante do lugar de fala, mas não: sou homem e me senti envergonhado. Alia-se a isso um histórico de câncer na família. O resultado foi uma vontade imensa de expor essa realidade de forma a deixar esses caras que me deixaram embaraçado com vergonha de si mesmos também.


Preciso, por fim, agradecer à Malu, presidente das Pérolas de Minas, por ser a porta-voz dessa mensagem; ao Bruno, da Noir, por ter comprado, filmado e aumentado a ideia; ao Pedro Gravatá por também ter aceitado o convite mais rápido do que um flash; Ao Estúdio 33, que deu o tom que a gente precisava no primeiro convite e no compasso certo; e, claro, à Elê, que não foi citada nas outras campanhas postadas aqui mas deveria ter sido creditada em tantas outras, e de tanta gente, por ter aliviado a pauta pra isso tudo poder acontecer.


Vale lembrar que todo mundo realizou esse trabalho de forma 100% voluntária. Foi um orgulho juntar um grande número de pessoas legais para expor um número que nos envergonha a todos. Ou deveria.


Dura realidade

Carol Penido, também diretora de Criação da agência, pontua:

Os números do abandono são assustadores e o ponto principal da campanha é mostrar essa realidade dura para conscientizar a população e, principalmente, mostrar a essas pessoas que elas não estão sozinhas. É preciso chamar a atenção para o problema para que a sociedade possa fortalecer a rede de apoio a essas mulheres que já se encontram tão vulneráveis.


Segurança

O diretor de arte da Filadélfia Guilherme Cardinali faz a seguinte observação:

Todo dia a gente se depara com algum dado absurdo. Em meio a tantas notícias assustadoras, essa, em específico, me chamou muita atenção. Em um momento tão sensível, a mulher precisa ter toda segurança e apoio possível. Desse incômodo, surgiu nossa ideia de desenvolver uma campanha que inspirasse conforto e esperança a essas pessoas, mostrando que elas não estão sozinhas. Além disso, acredito que um número tão impactante pode sensibilizar e conscientizar as pessoas sobre essa realidade tão devastadora que muitas mulheres, infelizmente, vivem.


Um chamado

Bruno Tonelli, da Noir Filmes, também comenta:

Quando o projeto do Pérolas de Minas me foi apresentado pelo Guilherme Cardinali e Tiago Fernandes foi como um chamado, que imediatamente respondi. A causa delas é muito importante. A dor que as mulheres passam quando abandonadas em tratamento de câncer é enorme e me surpreendi quando vi que a maioria dos companheiros as abandonam.

Fiquei imensamente feliz e grato em poder, por meio do meu trabalho, realizar um filme que traz a luz essa dura realidade mas que também apoia a causa.

Aproveito para agradecer a todos os parceiros que me ajudaram nessa ação. Em especial a toda equipe de gravação, a Julia Marques, atriz do filme, a On Projeções e aos Estúdios Flare.


Impotência

Pedro Gravatá, da Pedro Gravatá Fotografia, ressalta:

Minha mãe foi diagnosticada com câncer recentemente e, após o tratamento ela ficou bem. Mas em mim ficou a sensação de impotência frente ao diagnóstico. Isso, aliado ao conceito da campanha, que me agradou demais, me fez querer entrar de cabeça e levar uma mensagem positiva ao máximo de mulheres que estão passando por um momento difícil causado por esta doença.


Causa nobre

Depoimento de Pablo Maia - Estúdio 33:

“Foi uma grande honra por dois motivos. O primeiro, a nobreza da causa. Minha tia teve câncer de mama com idade avançada e meu tio, doente, não conseguia cuidar dela, mas certamente teria feito se assim pudesse. Eu vi o perrengue que foi para dois idosos do interior sem ter com quem contar.

O segundo motivo foi o desafio de criar uma música para esse filme com um time de profissionais que eu admiro muito.

Essas conexões são sempre enriquecedoras e nos permitem sair um pouco da rotina e, claro, levantar uma discussão mais do que necessária.



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