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Foto do escritorCefas Alves Meira

Com Véspera, Carla Madeira é a segunda mais lida em 2021




"Ao escrever, empresto meu corpo aos personagens", afirma a diretora de Criação da Lápis Raro

A publicitária Carla Madeira, que lançou no último dia 6 seu terceiro livro - Véspera –, depois de ter colocado no mercado as obras Tudo é Rio e A Natureza da Mordida, é hoje a escritora brasileira mais vendida de 2021, ficando atrás apenas de Itamar Vieira Júnior, autor de Torto Arado.


Em Véspera, editado pela Record, que também publicou as obras anteriores, Carla cria personagens que parecem estar vivos, com o leitor acometido de reações palpáveis e autênticas, tendo a sensação de conhecer de perto cada figurante. Os livros formam uma trilogia comportamental, narrando histórias de famílias e seus dilemas, episódios de violência contrapondo-se com o cotidiano doméstico.

Adeus aos números


Discorrendo sobre a obra, a jornalista Raquel Carneiro, da revista Veja, revela que a propaganda e a literatura quase perderam a publicitária para os números. “Lá pelo início dos anos 80, Carla Madeira estudava matemática na UFMG e pegava carona com o pai, professor do mesmo curso na instituição. Certo dia se assustou quando, ao entrar no carro, viu o pai emocionado com uma história que acabara de ouvir. Tratava-se de uma mulher que, irritadíssima com o filho no ônibus, desceu do veículo, deixou a criança na calçada e subiu novamente, indo embora”, narra Raquel.


O episódio é retratado em Véspera. No livro, uma mãe, abalada emocionalmente, encosta o carro no passeio e deixa o filho de 5 anos em uma rua de Belo Horizonte. Minutos depois se arrepende e vai buscar o garoto, que não está mais naquele lugar. “Pensava naquela criança, em como ela confiava na proteção da mãe e foi traída. Mas procuro entender o lado da mãe, e o que leva alguém ao extremo”, afirma Carla.


Essa cena de Véspera tem em seu entorno um pai embriagado e ressentido, que batizou os filhos com os nomes dos trágicos irmãos bíblicos Caim e Abel. Era uma espécie de retaliação e vingança diante do comportamento humilde, mas radical, da esposa evangélica.


Sócia e diretora de Criação da agência Lápis Raro, Carla Madeira diz que trocou a matemática por jornalismo quando o gosto pelas palavras falou mais alto. Sorte da comunicação, pois ao encostar a calculadora, ela se tornou uma das redatoras mais premiadas do País.


“Ao escrever, empresto meu corpo aos personagens. São pessoas imprevisíveis, que agem de forma absurda. Por isso, tento ver todos os lados antes da inevitável explosão”, conta a publicitária e escritora. Ou seria escritora e publicitária?


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