- Cuidado para você não matar seu pai, não matar sua mãe, não matar seu amigo. Para não ser o último Natal com sua família. (Prefeito Alexandre Kalil, em entrevista coletiva pouco antes do Natal)
- Eu não concordo com o senhor. Eu vou visitar meu pai, vou visitar minha mãe. Não vou matá-los, e acho um desrespeito o senhor falar isso assim, de público. Não mexa com minha família. Vou defender meus pais e meu país. (Jornalista Stanley Gusman, no “Alterosa Alerta, em resposta a Kalil)
Stanley Gusman, apresentador do “Alterosa Alerta”, do SBT/TV Alterosa,, que faleceu na manhã de domingo, e foi velado e cremado ontem no Parque Renascer, teve o negacionismo como um forte vetor para sua morte pela Covid-19. Desde o início da pandemia, em março de 2020, o jornalista, ao conduzir a linha editorial sensacionalista e policialesca do “Alterosa Alerta”, não abria mão de se posicionar abertamente contra as medidas protocolares de isolamento social, de distanciamento, uso de máscara, fechamento do comércio e atividades de esporte, lazer e cultura em Belo Horizonte.
Hidroxicloroquina
Logo após o Natal o comunicador começou a sentir os primeiros sintomas da doença. Segundo o portal El País Brasil, colegas de emissora que se comunicaram com Stanley antes da internação relataram que ele confiava muito na recuperação, por estar se tratando com hidroxicloroquina, medicamento não indicado pela Organização Mundial de Saúde nem por infectologistas para o combate à Covid-19..
Em 4 de janeiro, Stanley sentiu falta de ar e foi internado em estado grave na UTI do hospital Villa da Serra, vindo a falecer no último domingo, 10.
Segundo o El País Brasil, desde o início da pandemia Stanley Gusman assumiu a postura negacionista de minimizar a gravidade da doença. Em junho, afirmou ao vivo no programa “Alterosa Alerta” que não aceitaria que medissem sua temperatura na porta de supermercados e estabelecimentos comerciais, alegando que um estudo teria determinado que o termômetro infravermelho causaria danos ao cérebro. Vizinhos do apresentador, ainda segundo o portal, contaram que em várias oportunidades o avistaram na rua sem máscara de proteção, que ele chegou a ironizar em alguns programas, assim como desdenhava a campanha “Fique em casa”.
Stanley Gusman tinha 49 anos e deixa a esposa Edilane e o filho Vítor.
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