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Foto do escritorCefas Alves Meira

Jequitinhonha vai exportar lítio de baterias para o mundo


A fábrica está sendo implantada em Araçuaí e Itinga, e a Sigma já fechou diversos contratos de exportação

Em ritmo acelerado a primeira fase das obras de implantação da unidade de produção e beneficiamento de lítio da Sigma Mineração, no Vale do Jequitinhonha.


Concluído, o projeto, denominado Grota do Cirilo, que está sendo implantado em duas fases nos municípios de Itinga e Araçuaí, vai produzir 440 mil toneladas/ano de concentrado de lítio, grau bateria, de alta pureza.


A Sigma Lithium deve se tornar um dos maiores produtores globais de insumo pré-químico de lítio do mundo, material com alto valor agregado e que rende royalties para as duas mineiras cidades onde o produto é obtido.


Investimentos

Mais de R$ 650 milhões, do montante de R$ 1,2 bilhão que compreende a primeira fase, já foram investidos na preparação da área, incluindo a terraplanagem (67% concluída), a fundação e parte da compra de equipamentos.


O restante (R$ 550 milhões) será destinado às obras civis, que terão início até meados de abril, bem como à finalização da compra e montagem dos equipamentos e abertura da mina para extração do minério. A primeira etapa deverá entrar em operação até o fim de 2022 e a segunda, que deverá consumir mais R$ 1 bilhão em investimentos, em 2023.

Marco

“Trata-se da primeira unidade greentech do setor mineral no mundo, incluindo emissão mínima de gás carbônico. É um marco para a região do Vale do Jequitinhonha e para o mercado de baterias avançadas. A próxima fase de investimento avançará à medida em que o projeto for se desenvolvendo. Mas estamos falando de um segmento de alto valor agregado e que cresce 25% ao ano”, destaca a co-CEO da Sigma, Ana Gardner.


Outra importante etapa do processo, afirma a executiva, diz respeito ao embarque de concentrado de lítio para os clientes. O material produzido pela companhia será praticamente todo exportado, já que não existem fabricantes nacionais de baterias de lítio, comumente usadas na fabricação de smartphones, tablets e veículos elétricos.


Assim, a empresa vai beneficiar quimicamente o lítio extraído em terras mineiras e repassar aos fabricantes de baterias – processo que é feito hoje, quase que totalmente, na Ásia.


A intenção, frisa Ava Gardner, é iniciar a comercialização também ainda este ano. Para isso, o processo para obtenção da licença operacional, junto ao governo do Estado, já foi iniciado.


Comercialização

A Sigma já vem segue trabalhando na parte comercial e financeira do complexo. Em junho de 2020 já havia fechado contrato de US$ 27 milhões pela venda antecipada para a japonesa Mistui por cinco anos. O grupo também já tem contrato firmado com a LG Energy – segundo maior produtor de baterias avançadas do mundo e fornece para Volkswagen, GM, Stellantis, Porsche e Audi.


“A fábrica já nasce sustentável com valores da ESG, preocupação sustentável e ambiental, além de fornecer os insumos para as maiores fabricantes de baterias do mundo que ficam na Europa e nos Estados Unidos. Isso faz com que o Vale do Jequitinhonha tenha mais visibilidade e consiga mais investimentos para o setor”, enfatiza Gardner.


Volta ao lar

O Grota do Cirilo, em sua maior parte em Itinga, mas ocupa também parte de Araçuaí. Até julho, cerca de 700 pessoas serão empregadas na construção da planta de beneficiamento de lítio. Do total, 70% serão oriundos da região, trazidos de volta por meio do programa “Volta ao Lar” segundo política da empresa de reconstruir o tecido social da regiao trazendo de volta mão de obra local qualificada. A estimativa é que até o final do projeto sejam criados 7 mil empregos indiretos.


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