O ano de 2024 entra para a história como um marco para a publicidade e agências de comunicação, um momento de grande (re)evolução sem precedentes. Com a inteligência artificial e a inovação tecnológica moldando novos rumos para o mercado publicitário, paradigmas estão sendo rompidos e comportamentos de consumo, redesenhados.
Foi esse o foco central do Identidades 2024, evento promovido pelo Sinapro-MG (Sindicato das Agências de Propaganda de Minas Gerais), que reuniu na última quarta-feira, 11, diretores de veículos de comunicação, profissionais de renome e representantes das principais agências da capital e do interior mineiro; um encontro que refletiu as transformações e caminhos da publicidade.
Tendências e desafios
O evento contou com palestra do estrategista de comunicação Edmar Bulla, que destacou tendências, desafios e oportunidades trazidos pela revolução digital. Em sua palestra, ele enfatizou que, embora a inteligência artificial esteja moldando novos caminhos, o verdadeiro diferencial das agências será a capacidade de integrar o fator humano: intuição, criatividade e capital intelectual às soluções tecnológicas.
"Os caminhos que nos trouxeram até aqui não nos levarão até o futuro. A soma das competências humanas para nortear as novas tecnologias é que definirá os rumos do mercado nos próximos anos", afirmou.
Outro momento de destaque do Identidades 2024 foi o painel mediado por Marco Frade, que renomados especialistas para debater os novos rumos da publicidade, a disrupção no mercado e as estratégias de adaptação.
Entre os participantes estavam Aymee Utsch, diretora comercial da Itatiaia; Luigi Zampetti, diretor de negócios da LZ Comunicação; Marcelo Mota, diretor comercial da Sempre Editora; Roberto Amaral, head de negócios regionais da TV Globo; e Sylvia Pina, diretora de planejamento e atendimento da Loggia Comunicação.
O painel promoveu uma reflexão aprofundada sobre as transformações do setor, destacando as oportunidades e desafios no contexto de um mercado em constante evolução.
Potencial publicitário
O Brasil está entre os 10 maiores mercados publicitários do mundo, com previsão de 12% de crescimento até o final de 2024, segundo dados do eCenp-Meios. Esse avanço reflete não apenas a recuperação econômica após os desafios impostos pela pandemia, mas também o crescimento da creator economy, impulsionado pela ascensão das redes sociais e influenciadores digitais, que moldam novos padrões de consumo. Paralelamente, as agências publicitárias enfrentam o desafio de integrar inteligência artificial em suas operações, adequando-se a um mercado dinâmico e em constante evolução.
Frente aos novos desafios contemporâneos, o mercado publicitário mineiro se diferencia pela forma singular de lidar com os clientes, combinando criatividade, flexibilidade, e um atendimento personalizado que se traduz em estratégias de branding autênticas, destaca Gustavo Faria, presidente do Sinapro-MG.
“As agências mineiras são reconhecidas por sua capacidade de entender as particularidades de cada marca e criar soluções criativas e eficazes que ressoam profundamente com diferentes públicos. Com uma abordagem única, que valoriza a construção de marcas e o fortalecimento da identidade dos clientes, Minas se posiciona como um polo publicitário em expansão, pronto para se consolidar como uma força essencial no mercado nacional”, destaca Faria.
Nesse contexto, Bulla ressalta a importância de Minas no cenário publicitário nacional e a necessidade de um movimento político-identitário que fortaleça esse ecossistema publicitário. "É hora de empoderar o jeito mineiro de vender sua forma única de fazer publicidade, divulgar e comunicar, que alia criatividade, e uma compreensão profunda das necessidades dos diferentes públicos. Precisamos de um movimento coletivo que una o setor e amplifique sua voz “. Para ele, Minas tem o potencial de se consolidar como um verdadeiro polo de inovação publicitária, capaz de redefinir o mercado e ganhar destaque nacionalmente”, observa.
Diferenciais competitivos
Em sua palestra, Edmar apresentou dados do Instituto Chroma, revelando que 46% dos brasileiros buscam novas amizades e 66% desejam encontros presenciais, o que evidencia a crescente necessidade de conexões reais. Esses números reforçam a ideia de que, apesar dos avanços tecnológicos, o fator humano continua sendo ponto central, além de apontar para uma das principais tendências para o mercado: transformar a publicidade em uma ferramenta de educação e conexão genuína.
"As agências são as guardiãs da linguagem e dos símbolos. Nenhuma tecnologia pode substituir a intuição humana, a empatia ou a capacidade de criar algo que ressoe profundamente com as pessoas", afirmou.
Ele também alertou sobre os riscos do uso indiscriminado e nocivo das tecnologias, em especial das Inteligências Artificiais, quando estas são aplicadas sem ética e sem a mediação do capital humano. A proliferação de fake news e o empobrecimento das ideias são reflexos diretos desse uso descontrolado. "É urgente revalorizar as relações éticas e sociais. As redes sociais e os algoritmos são ferramentas, e o nosso papel como profissionais é resgatar a profundidade e o propósito na comunicação, utilizando essas inovações para amplificar nossa voz, e não nos subjugarmos a elas", enfatizou o9 palestrante..
Perspectivas para 2025
Em 2024, quando comemora 45 anos de atividades, o Sinapro-MG, como ressaltou Gustavo Faria, consolidou sua missão de fortalecer o mercado por meio de várias iniciativas que destacaram a liderança da publicidade mineira, como o Identidades 2024.
Para 2025, diz o presidente do sindicato, a entidade prepara o retorno do tradicional Prêmio Minas, destinado a reconhecer a excelência criativa e profissional das agências do Estado.
"Nosso objetivo é posicionar Minas no papel de destaque que ele merece no mercado publicitário nacional, com ações que capacitam, inovam e valorizam o talento local. Nosso objetivo é seguir estreitando laços com as agências da capital, da região metropolitana e do interior, oferecendo soluções, ampliando a visibilidade e defendendo seus interesses", frisou Gustavo Faria.
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