Gustavo Greco é o entrevistado desta semana do Notas e Fatos. É sócio e diretor de criação da Greco Design, com atuação nas áreas de identidade visual, sinalização e projetos editoriais.
O trabalho da empresa configura-se como um exercício cotidiano e contínuo de compartilhamento, renovação e ressignificação por meio de projetos com conteúdo que utilizam a informação como principal insumo. Em pouco espaço de tempo a empresa se tornou uma das mais premiadas do Brasil. Apenas nos últimos três anos podem ser citados Design Lions no Festival de Cannes, D&AD, Grand Prix no Red Dot Design Award, iF Communication Award, London International Awards e Prêmio e Menção na Bienal Iberoamericana de Diseño.
Gustavo atua também na área acadêmica, como professor do curso de Pós-Graduação em Gestão de Marcas do IEC – Instituto de Educação Continuada PUC MG, e se dedica a iniciativas de difusão do design na sociedade brasileira,integrando a direção nacional da Abedesign. É jurado frequente de premiações no Brasil e no exterior e, sob sua direção de criação, a Greco participou das últimas edições da Bienal Nacional de Design Gráfico (ADG Brasil) sendo destaque no ano de 2013.
Ele concedeu a seguinte entrevista ao portal:
- Qual sua expectativa sobre a performance do design de Minas em Cannes 2017? Poderemos trazer leões?
- Não tive acesso às inscrições dos projetos mineiros no Festival. Mas sempre acredito no potencial do nosso design e no nível internacional das empresas de design de Minas Gerais. Para ganhar, entretanto, é preciso antes se inscrever (risos). E ainda acho a participação do nosso Estado tímida.
- A crise que atinge o país afetou também o design? Caso positivo, de que forma?
- A crise afetou diversos setores da economia, setores estes que compram design. Dessa maneira, nossa atividade também é comprometida. Mas não gosto de falar de crise não. Na vida tudo é cíclico. E bem sucedidos são aqueles que lidam bem com as mudanças.
- Em quais áreas o design está mais desenvolvido em Minas? Em que setores ele estaria estacionado?
- O design em Minas vem se fortalecendo tanto no que se refere à qualidade de seus projetos quanto na organização do setor. Somos hoje a maior regional da Abedesign (Associação Brasileira das Empresas de Design) com reuniões periódicas com as empresas associadas para discussão das políticas de design, bem como para a elaboração de uma agenda de atividades para capacitação, promoção e fomento da disciplina. No ano passado, em parceria com o Sebrae, a regional Abedesign Minas se destacou também ao realizar uma parceria como Sebrae que gerou mais de três milhões de Reais em projetos de design para micro e pequenas empresas.
- Como está o design mineiro no ranking nacional?
- Minas vem ganhando cada vez mais os olhares e atenção dos outros Estados. Temos conseguido vender o nosso design para além das montanhas e ganhar representatividade nas premiações e mostras de design nacionais.
- Quais os diferenciais em relação aos outros centros?
- Estamos fora do eixo Rio – São Paulo e acredito que nosso desafio seja nos fazer perceber como empresas aptas a atender qualquer região do Brasil com preços competitivos e excelência nas soluções de design propostas.
- E no plano internacional? O design de Minas já é percebido?
- Ainda acho nossa participação em festivais de design tímida e nossos números de exportação inexpressivos diante da nossa capacidade produtiva.
- Como você analisa a formação de designers nas faculdades? É indispensável passar pela faculdade para se ser um bom profissional de design?
- A formação em uma boa faculdade de design ainda é o caminho mais certo e seguro para se exercer a profissão.
- A pessoa já nasce designer, ou aprende a ser designer?
- Sou da teoria de que somos capazes de aprender qualquer ofício. Com muito estudo, prática e determinação podemos ser o que quisermos. Ninguém nasce nada e, ao mesmo tempo, nasce-se tudo. (Foto Gustavo Greco - Sanderson Pereira/divulgação).
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