O lance inicial era pequeno para o segmento, R$ 10 milhões, mas nem isso atraiu investidores para arrematar o leilão das marcas do grupo Jornal do Brasil, realizado segunda-feira, 20, no Rio de Janeiro.
O montante arrecadado seria destinado ao pagamento de antigas dívidas trabalhistas do grupo JB.
Mais uma
Não foi a primeira tentativa de os credores realizarem leilões para receber valores devidos pelo "Jornal do Brasil". A dívida remonta à virada de 2000 para 2001, quando o empresário da área naval Nelson Tanure arrendou o título do JB por 60 anos, renováveis por mais 30, por um valor estimado, na época, de R$ 80 milhões.
No leilão de segunda-feira estavam em jogo marcas como a própria Jornal do Brasil e outras como Caderno B, Rádio Cidade, JB e JB Online.
A marca JB FM, hoje uma emissora de sucesso no Rio, não estava citada no processo, já que o veículo é administrado pela Rádio Monte da Gávea Ltda., tendo como administradores Carlos Eduardo Borges Cortes e Lucia Martins Leite Garcia.
Combativo
O "Jornal do Brasil", que marcou época na imprensa brasileira, foi fundado no Rio em 1891 pelo jornalista Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas.
Bastante combativo durante o golpe de 1964 entre os chamados veículos da grande imprensa,, recebendo forte censura do regime militar, o JB, como era mais conhecido, circulava de norte a sul do país, leitura obrigatória sobretudo nos meios político, acadêmico e sindical.
Mas desde o final do século passado vinha em um contínuo processo de decadência financeira, o que o levou, em 2010, a tornar-se o primeiro periódico brasileiro totalmente digital. Voltou a ter sua versão impressa em 2018, juntamente com a digital, o que não impediu seu encerramento definitivo off-line, em 2019.
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